Entre montanhas e vales, lagos e cascatas, levamos-te numa viagem de cortar a respiração a bordo da nossa Vanilla!
As paisagens da Suíça já nos tinham conquistado o coração, mas depois da nossa última viagem, ficámos ainda mais apaixonados por este país que há 8 anos nos acolheu.
Desde que comprámos a Vanilla, temos viajado bastante por aqui e mesmo assim temos a sensação que há ainda tantas estradas por fazer e paisagens para apreciar. Ainda mais com a data da partida marcada no calendário, nestas férias quisemos explorar uma parte da Suíça que ainda não conhecíamos. Sentimos que temos de aproveitar ao máximo os últimos meses por cá.
E foi com esta ideia que partimos para uma aventura de 10 dias pela parte Italiana da Suíça, cantão do Ticino.
Para terem uma ideia esta foi a rota que fizemos. 10 dias, 9 noites e 900km na Vanilla.
[os preços que falamos é na moeda de Francos Suíços, à taxa actual de 1 franco para 0.92€]
Vê aqui o resumo do roteiro
Dia 1 – A viagem
Partimos de Bulle em direção à Suíça Italiana e nem fazíamos ideia do que estava para vir.
Arrancámos por volta das 17h, atrasados do planeado no nosso roteiro, mas isso já é normal – nunca conseguimos cumprir horários.
Fizemos a viagem por autoestrada até Interlaken, Brienz e depois entrámos na zona de estrada de montanha. E ai é que foi! Passámos por locais lindíssimos e estradas de cortar a respiração. Fomos nas calmas a apreciar a paisagem, era o primeiro dia de férias. Subimos e descemos tantas montanhas que vimos os pôr-do-sol 3 vezes.
Sem sabermos estávamos a entrar na “the longest road monument in Switzerland” listada no inventario das estradas históricas da Suíça. A antiga estrada que passa por cima do maior túnel ferroviário do mundo – Túnel de San Gottard. Mas falemos amanhã desta mítica estrada.
Já se fazia tarde e decidimos parar para dormir em Tremola – San Gottard a 2100m de altitude, um estacionamento entre dois lagos rodeados de umas dezenas de outras vans.
Tínhamos feito 230km e nem demos por isso. Estávamos cansados mas ao mesmo tempo tão felizes e ansiosos para continuar esta aventura que nos estava a surpreender logo no primeiro dia.
Dia 2 – Entre estradas de montanha e cascatas
Acordámos por volta das 9h30 da manhã, tomamos o pequeno almoço na van não podíamos deixar de conhecer esta terra tão misteriosa onde tínhamos ficado a dormir.
Tremola é a cidade que acolhe hoje as ruínas de um antigo hospício inaugurado no século XIII, património cultural europeu. Pelo que percebemos, depois de desactivado, o hospício deu lugar a uma base militar e mais tarde a um hotel que ainda de se encontra aberto. Algumas alas do monumento foram transformadas em museus e à sua volta podemos ver várias obras de arte espalhadas pelos campos que o rodeia. A vila não tem mais do que isto, mas guarda tanto de história como de mitos à sua volta.
Seguindo o caminho e ansiosos por percorre a tão famosa estrada, arrancámos sem demoras, prontos para mais uma aventura.
Esta simbólica estrada que liga Gottard Pass a Airolo, foi começada em 1830 e finalizada a 1951. É composta de 24 curvas que ganham um desnível de 340 metros sobre uma distancia de 4km. Feita em paralelos de granito, tem cerca de 6 metros de largura e paredes de 8 metros de espessura que a sustentam. Já percorremos muitas estradas de montanha por aqui, mas nenhuma nos surpreendeu tanto como esta, talvez porque é das poucas estradas de paralelos na Suíça e pela quantidade de curvas num espaço tão pequeno. Hoje em dia a estrada é utilizada maioritariamente por turistas ou ciclistas que desfiam as suas capacidades ao subirem esta estrada sob duas rodas.
Descemos sem pressas e com deleito enquanto íamos apreciando aquela paisagem de cortar a respiração. Parámos a meio para tirar umas fotos e recuperar o folgo. Levantámos o drone para fazer algumas imagens rápidas, visto ser um local interdito para voar que pertence a território militar.
Fomos descendo e chegámos à cidade de Airolo onde encontramos civilização outra vez. Continuámos em direção a Biasca mas pelo caminho passámos por uma placa que referia uma cascata – Cascata de Faido. Tínhamos de a encontrar. Numa pesquisa rápida no google vimos que tinha fácil acesso e as imagens convenceram-nos. Estavam mais de 30 graus e era impossível continuar sem um mergulho ou molhar um pezito. Se nas fotos ficamos convencidos, assim que a encontrámos tivemos a certeza que não podíamos ter feito melhor desvio na nossa rota. A primeira de muitas que iriamos passar mas também a mais fria de todas. O calor era tanto e a paisagem convidativa que mesmo assim não hesitámos muito antes de entrar.
Acabámos por almoçar umas sandes no relvado junto à cascata, e já mais frescos, seguimos em direção ao nosso destino, a Cascata de Canta Petronilla.
Continuámos por estradas de curvas e contra curvas, estávamos a adorar, e principalmente estávamos a fugir de uma tempestade que se aproximava. Em frente víamos céu azul mas pelo retrovisor, nuvens bastante negras. Conseguimos dar-lhe algum avanço e chegámos a Biasca. O caminho até à cascata tinha de ser feito a pé então estacionamos o mais próximo possível do início do caminho. Subimos, subimos e subimos e até nos questionámos se estaríamos no sítio certo. Até que encontrámos a tão esperada cascata, e sim, valeu a pena a caminhada! Que local fantástico com pocinhas de água para nos refrescarmos. E por incrível que pareça, visto que as cascatas desta região resultam do degelo das montanhas, ficámos surpreendidos por aqui a água ser tão “quente”.
Arranjámos um spot só pra nós e ficámos ali a desfrutar daquele paraíso no meio da natureza. Mas adivinhem quem chegou passado meia hora de lá estarmos? Sim, uma sra. tempestade! 30 graus num local fantástico e começa a chover. Bem sabemos que o tempo na Suíça é muito instável mas mesmo assim ficámos surpreendidos, a temperatura continuava alta e até sabiam bem aqueles pingos grossos de chuva. Clima tropical, rodeados de palmeiras e montanhas rochosas fazia-nos mais lembrar a Madeira do que a Suíça. Infelizmente tivemos de abandonar e voltar à nossa Vanilla, mas ficámos com vontade de voltar.
Já estávamos um pouco cansados (e cheios de fome), então decidimos ir para um dos locais que tínhamos visto para pernoitar naquela zona. Chegámos a Bellinzona por volta das 19h, e estacionámos a van no parque de estacionamento do castelo. Ainda conseguimos passear pelas muralhas do castelo quando chegámos, mas já estávamos exaustos, só queríamos voltar à Vanilla, comer e descansar para no dia seguinte continuar a devorar sítios incríveis por terras helvéticas.
Levamos-te numa viagem de cortar a respiração a bordo da nossa Vanilla! Entre montanhas e vales, lagos e cascatas, levamos-te numa viagem de cortar a respiração a bordo da nossa Vanilla! Foi de montanhas e vales, lagos e cascatas, levamos-te numa viagem de cortar a respiração a bordo da nossa Vanilla! Montanhas e vales, lagos e cascatas, levamos-te numa viagem de cortar a respiração a bordo da nossa Vanilla! Cascatas, levamos-te numa viagem de cortar a respiração a bordo da nossa Vanilla! Carolina Lagos e cascatas, levamos-te numa viagem de cortar a respiração a bordo da nossa Vanilla! Por isso, porque que , enquanto, todavia.
Dia 3 – A cascata
Acordámos por volta das 10 da manhã, depois de uma noite de sono tranquila (apesar da inclinação da van) na cidade de Bellinzona. Tomámos o pequeno almoço no local e como fazemos habitualmente e antes de arrancar, limpamos o espaço à volta da van. – Porque preferimos sempre deixar o local melhor do que o encontrámos. – E neste dia, a boa ação foi recompensada. O Ruka enquanto andava a apanhar lixo do chão encontrou uma nota de 10 francos! Já valeu a pena não?
O calor já se fazia sentir quando decidimos descer em direção a Locarno para começar a busca por mais cascatas e lagos. E foi isso mesmo que encontrámos logo na primeira paragem. Vira, é o nome do local onde parámos para um mergulho no Lago Maggiore. Parámos a van num estacionamento (dos correios) na estrada principal, onde em baixo tinha um acesso ao lago. Não podíamos ter escolhido melhor sítio para estacionar, era gratuito e quase conseguíamos saltar da van para a água, não fosse ter 2 metros de relva, onde estendemos as toalhas. Estávamos os 3 ali completamente sozinhos, com uma imensidão de lago á nossa frente, sol e calor. Não podíamos pedir mais. Até o Sparky, que não gosta muito de água, se aventurou nuns mergulhos.
Depois de desfrutarmos bem da “praia” era hora de almoço. Voltámos à van e fizemos um daqueles comeres rápidos, que nunca desiludem depois de ir a banhos. Omeletes de bacon e queijo e batatas fritas. Almoçámos sentados na cama da van, com as portas abertas para o lago e uma felicidade indiscritível.
O estacionamento era limitado a 4 horas então tivemos de arrancar. Alterámos um bocadinho o roteiro e decidimos começar a subir o para o Valle Maggia, que tínhamos previsto ir mais no fim da semana. Ótima decisão! Assim que entrámos no vale vimos da estrada várias praias fluviais, umas a seguir às outras. É claro que tivemos que parar e ir aproveitar. E se aproveitámos! Ficámos logo surpreendidos por encontrarmos areia e depois aquela cor cristalina dos lagos Suíços na temperatura ideal. Demos mais umas braçadas no rio, mergulhos, tirámos fotos e deixámo-nos ficar por ali umas 2 horas.
Mas é de focar que neste sitio já tinha bastante mais gente, é uma zona mais turística e movimentada, e como tal, o estacionamento era pago, e bem pago. Cerca de 3 francos por hora. E apesar de nos estar a saber pela vida aquele sitio, sabíamos que se continuássemos o percurso iríamos encontrar outros sítios tão bons ou melhores do que aquele. E assim voltámos à van e seguimos caminho em busca da Cascata del Salto que ficava a uns 10min de carro da praia onde estávamos.
Conseguimos estacionar num lugar gratuito mesmo no centro de Maggia. Uma aldeia típica daquela região, com casinhas feitas de pedra que quase faziam lembrar as aldeias de xisto. Avistámos a cascata ao longe e no google maps indicava 1km a pé do local onde tínhamos estacionado. Não era longe mas o caminho era um bocado difícil e perigoso, (especialmente para quem vai de havaianas como nós). Na última fase para chegar à cascata tivemos mesmo de ir suspensos, agarrados a um cabo de aço usado para escalada. Mas conseguimos, de pernas a tremer, mas conseguimos! Até para o Sparky foi um desafio!
E mais uma vez, valeu a pena o esforço do caminho, a cascata era realmente maravilhosa. Com uma queda de água de mais de 60 metros para um poço sem fim, formando uma piscina natural. Chegámos já no final do dia mas mesmo assim fomos contemplados com os últimos raios de sol a incidir sobre o topo da montanha.
Este foi, sem dúvida, o ponto alto desta viagem, ficámos impressionados com a força da natureza e como pode ela ser tão perfeita. Foi, de todos, o dia mais bem aproveitado e ainda nem tinha chegado ao fim.
Bom, percebemos que havia outro caminho para chegar à cascata e decidimos ir por lá para voltar à van. E não é que este caminho ficava a 100m do estacionamento onde deixamos a Vanilla!! E nada tinha a ver a nível de perigo como o outro! Mas mesmo assim valeu muito a pena, nem que seja pela adrenalina do último trilho que tivemos de fazer para lá chegar.
Já começava a ficar tarde e precisávamos de escolher um locar para dormir antes do sol se pôr. Demos uma vista de olhos na nossa lista de locais naquela região e seguimos para um deles. Tinha óptima cotação no Park4Night (app que utilizamos para fazer a pesquisa de locais), no entanto tinha muitos comentários de pessoas que tinham acordado com uma multa no para-brisas, embora não houvesse informação no local que proibisse as autocaravanas.
Não quisemos arriscar e seguimos em direcção a outro. Mais uma vez a nossa intuição estava certa… uns 2 ou 3km mais à frente encontrámos um spot perfeito para acabar o nosso dia. No alto da montanha sem barulhos, sem ninguém, com uma vista para as montanhas e para a fantástica cascata que tínhamos acabado de visitar. Mas sem ninguém foi por pouco tempo. Apareceu outra van de Fribourg e acabámos a noite a beber café e a conhecer melhor um casal jovem que viajam nas férias com uma T3 e que também adoram o estilo da vanlife.
Cortar a respiração a bordo da nossa Vanilla! Como entre montanhas e vales, lagos e cascatas, levamos-te numa viagem de cortar a respiração a bordo da nossa Vanilla! Porque, montanhas e vales, lagos e cascatas, levamos-te numa viagem de cortar a respiração a bordo da nossa Vanilla! Assim como, montanhas e vales, lagos e cascatas, levamos-te numa viagem de cortar a respiração a bordo da nossa Vanilla! Foi então, uma viagem de cortar a respiração a bordo da nossa Vanilla. Logo que chegámos vimos montanhas e vales, lagos e cascatas, levamos-te numa viagem de cortar a respiração a bordo da nossa Vanilla.
Dia 4 – Pontes, lagos e aldeias
Acordámos numa colina do Valle Maggia e por mais que tenhamos gostado do local não queríamos abusar, já que foi uma sorte não termos apanhado uma multa. Mais uma vez tomámos o nosso pequeno almoço, demos uma volta para ver se não tínhamos deixado nada perdido da noite anterior, e seguimos a nossa rota.
Seguimos em direcção a Forgolio, outro dos locais imperdíveis para quem visita aquela região. Como é uma zona bastante turística, não encontrámos lugar para estacionar a van, então seguimos a estrada e fomos apreciando a paisagem, fazendo o caminho sempre junto ao rio até acabar a estrada. São apenas 5km até à última aldeia S. Carlo (Val Bavona) e como todas as estradas do vale, sempre ladeadas de montanhas por entre curvas e contracurvas onde, de vez em quando, vão surgindo na paisagem mais algumas casas de pedra a embelezar o local.
Fomos descendo devagarinho até chegar a Foroglio, novamente na tentativa de estacionar o nosso veiculo de 6 metros em qualquer buraquinho. Bom, no parque de estacionamento da aldeia era impossível aquela hora arranjar onde estacionar, descemos mais meia dúzia de metros e deixamos a van num terreno (possivelmente privado) mas onde não estorvava e decidimos ir pé até a aldeia. Não podíamos deixar de visitar aquele local que tanto nos tinham recomendado.
Numa pequena caminhada estávamos na tão famosa Cascata de Foroglio. É sem duvida um local muito bonito e que vale a pena visitar, mas depois da que tínhamos estado no dia anterior as expectativas estavam muito altas e quase que ficamos um bocadinho desiludidos. Isto porque o tempo não estava a ajudar muito, apesar do calor, o sol não quis aparecer, e por outro lado estavam bastante pessoas a tirar fotos (tal e qual como nós, não podemos julgar claro). Sabemos bem que estes locais em Agosto estão sempre lotados.
Este é também um dos locais mais requisitados daquela região porque recebeu recentemente um dos tão famosos baloiços que fazem sucesso nas fotos do Instagram. Este é suspenso nas árvores virado para a cascata. E assim que a fila da foto andou pra frente, também nós nos fomos balançar por ali.
A cascata estava vista mas não podíamos perder uma visita à aldeia. Também ela com ruas empedradas, casinhas de gratino e madeira, rodeadas de vegetação à sua volta.
Seguimos o nosso caminho e apesar do sol teimar em aparecer, o calor era suficiente para querermos ainda dar uns mergulhos no rio. Descemos até Mondada e encontrámos um sítio para estacionar a van mesmo ao pé de uma ponte histórica por cima de uma água cristalina que estava mesmo a pedir para entrar. Como em quase todos os sítios, o acesso à agua não é o mais fácil, tivemos muitas vezes que descer e subir por entre pedregulhos, de mãos e pés no chão para chegarmos o mais perto da água. Mas mesmo assim valia o esfoço.
Almoçámos umas sandochas por ali e deixamo-nos ficar até a pele dos pés e das mãos ficarem enrugados de tanto tempo dentro de água. Esta que era bastante mais fria do que as que tínhamos encontrado nos dias anteriores.
Entre montanhas e vales, lagos e cascatas, levamos-te numa viagem de cortar a respiração a bordo da nossa Vanilla! Entre montanhas e vales, lagos e cascatas, levamos-te numa viagem de cortar a respiração a bordo da nossa Vanilla!Entre montanhas e vales, lagos e cascatas, levamos-te numa viagem de cortar a respiração a bordo da nossa Vanilla! Entre montanhas e vales, lagos e cascatas, levamos-te numa viagem de cortar a respiração a bordo da nossa Vanilla! Entre montanhas e vales, lagos e cascatas, levamos-te numa viagem de cortar a respiração a bordo da nossa Vanilla! Entre montanhas e vales, lagos e cascatas, levamos-te numa viagem de cortar a respiração a bordo da nossa Vanilla!
Tínhamos pensado em dormir no vale mas não encontrámos nenhum sítio onde pudéssemos estacionar tranquilos, então descemos mais uns quilómetros até à cidade de Ascona.
No caminho parámos para descarregar o deposito das águas sujas e a cassete. A ideia era encher também com água porque a nossa começava a escassear mas como não há praticamente nenhum sítio para fazer serviços por ali, eles aproveitam-se um bocadinho e eram 7 francos para encher o depósito. Apesar de já não termos muita água, sabíamos que ainda dava para os banhos e no dia seguinte em Ascona conseguiríamos encher.
Aproveitamos para dizer que foi a vez que melhor fizemos uma gestão da água. Nunca um depósito de 100l nos tinha durado 4 dias.
Chegando a Ascona percebemos logo que estávamos numa grande cidade, muito turística, com muitos hotéis de 5 estrelas, uma zona bastante rica e cuidada. Só encontramos um parque de estacionamento onde não haviam restrições a autocaravanas e foi logo nesse que ficámos. Era um parque de linhas azuis onde apenas era pago das 8 da manha até as 19h. O tempo ideal para passarmos a noite e não gastar dinheiro.
Depois de jantar uma massa com salsichas, porque descobrimos que a carne que tínhamos levado estava toda estragada – o nosso frigorífico não aguentou as altas temperaturas. (Algo que temos que solucionar antes da grande viagem), fomos dar uma caminha até ao centro de Ascona, desta vez deixámos o Sparky a descansar na van. Um companheiro de primeira que alinha em todas as caminhadas para marcar o seu território, mas nesta noite ele esta visivelmente cansado e quase nem deu por termos saído. Não iriamos sair por muito tempo e temos que o habituar a ficar algumas vezes na Vanilla.
Meios “maltrapilhos” lá fomos nós dar a nossa voltinha, quando nos deparamos com uma enorme movimentação noturna nas ruas principais. As esplanadas dos bares e restaurantes cheias, música ao vivo e um monte de pessoas a passear junto ao lago. Parecia que tínhamos caído ao pé da marina de Vilamoura em pleno Agosto. Mesmos assim, parámos para beber um café e comer um gelado antes de regressarmos ao parque de estacionamento.
Chegámos a van e o Sparky lá estava, no mesmo sitio onde tinha ficado quando saímos. Ainda era cedo, então acabamos a noite a ver uma serie na Netflix.
Vê aqui o resumo do roteiro
Dia 5 – Campismo
Acordamos já perto das 8h e arrancámos logo do estacionamento. Já não tínhamos grandes mantimentos na van, então fizemos uma paragem no supermercado (COOP) para comprar pão para o pequeno almoço e fazer algumas compras. Aproveitámos e tomámos o pequeno almoço mesmo ali no estacionamento do supermercado.
Já de barriga cheia e sem agua na van, precisávamos urgentemente de arranjar um local onde fazer os serviços. Como precisávamos de boa internet no dia seguinte (o que não foi fácil de arranjar no meio das montanhas onde tínhamos passado) pensámos em ficar num parque de campismo. O dia seguinte era um dia importante e iríamos passar a maior parte do tempo da van, logo precisávamos também de um sítio com sombra. Raramente ficamos em parques de campismo mas aqui era a melhor solução.
Os parques de campismo por aqui podemos dizer que não de todo baratos e muitos já estavam cheios, então depois de duas negas, tivemos que ficar no primeiro que tinha vaga.
Ficámos no Parque de Campismo Melezza. Um parque de campismo de 4 estrelas, com piscina e jacuzzi junto ao rio. Fizemos reserva por duas noites, que nos custou 120 francos. É um preço elevado, até porque não usufruímos muito das instalações, no entanto não tínhamos tido praticamente custos nenhuns durante a viajem e estávamos a precisar de parar num sítio para trabalhar.
Assim que chegámos, carregámos com água, demos uma limpeza rápida à vanilla e montámos as nossas coisas. Apesar de a van estar à sombra era impossível resistir ao calor, sobretudo sabendo que logo ao lado tínhamos o rio. Então almoçámos, pegámos nas toalhas e lá fomos os 3 para a “praia”. Não foi de todos o melhor sítio onde estivemos mas tínhamos que aproveitar da melhor forma o que tínhamos. A água não era muito fria porque o caudal do rio naquela zona era baixo e ia aquecendo com o contacto com as pedras quentes que formavam pequenas pocinhas com água corrente, que mais parecia um jacuzzi natural.
No final do dia voltámos à Vanilla prontos para desfrutar de um bom banho, já que, finalmente, tínhamos o tanque cheio. – Só que não! O Ruka ainda tomou banho mas quando chegou a minha vez, a água começou a escassear até que nem um fio corria do chuveiro. A minha sorte é que como estávamos no campismo e tínhamos uma torneira no “pitch”, o Ruka encheu uma bacia com água e com a ajuda de um copo lá consegui acabar o meu banho.
Segundo ele, depois de desmontar meia carrinha para aceder à bomba de água e andar a fazer trabalho de canalizador, era um problema na boia que deu para solucionar. Aventuras de quem anda com a casa às costas…
Dia 6 – Dia D.
Acordámos tranquilos, e sem pressas tomámos o pequeno almoço lá fora. Já com mais energia pusemos “mãos à obra”, ligámos os portáteis e anunciamos nas redes sociais o nosso grande projecto.
Nos últimos meses tínhamos andado a trabalhar muito para conseguir desenvolver o nosso site e escolhemos o dia 1 de Agosto para lançar ao mundo, o que tínhamos andado a fazer. E como somos (um bocadinho) perfeccionistas só descansámos quando estava tudo pronto. Mas as horas iam passando e parecia que iam crescendo os retoques finais. O calor não estava a ajudar nada. O termómetro da Vanilla marcava 40º graus, e nem a ventoinha nos valeu de muito nesse dia. Apesar da felicidade e entusiasmo que sentíamos, estávamos sobre um clima de stress e só queríamos ter tudo pronto. Com a ansiedade nem nos lembrámos de almoçar neste dia.
Podemos dizer que no final ficámos bastante orgulhos do nosso trabalho, que todo o esforço e dedicação estavam agora a ser compensados a cada mensagem de apoio e carinho que recebíamos.
Já no final do dia, estávamos a precisar de um bocadinho só pra nós, desligar do mundo virtual e aproveitar o momento, então ainda fomos até ao rio mandar uns mergulhos para desanuviar.
Voltámos á van, e neste dia sim tomámos um bom banho sem problemas.
Não tínhamos previsto nada para jantar, nem nos apetecia cozinhar, então, mais ou menos para celebrar fomos jantar ao restaurante do campismo. Comemos duas belas pizzas de prosciutto, feitas em forno de lenha, que nos souberam pela vida.
Voltámos para a van e começou a chover e a trovejar. Aqui a temperatura tinha baixado bastante. Naquele momento ficámos gratos por uma noite mais fresca, e acabamos por adormecer a ver mais um episódio da nossa serie.
Dia 7 – Ascona
A temperatura realmente era mais baixa dos que nas outras manhãs, não ficámos, de todo, incomodados com a situação, pois tínhamos de sair do parque de campismo e fazer ainda alguns km ate ao próximo ponto marcado.
Já que o tempo estava incerto e estávamos em Ascona, que apenas tínhamos visitado de noite, aproveitámos para dar uma voltinha para conhecer melhor a cidade. Bastante mais calma durante o dia, encontrámos uma cidade lindíssima, com um centro histórico de ruas estreitas e prédios coloridos. Deixámo-nos vaguear por ali enquanto comíamos um gelado e tirávamos umas fotos.
Outra das paragens obrigatórias é a famosa Ponte dei Salti, uma ponte romana sobre o rio Verzasca em Lavertezzo. Mas o que não nos tínhamos lembrado é que era domingo e os estacionamentos à volta (que não são muitos) estavam, lotados e a ponte cheia de gente.
Resolvemos então continuar a subir pelo Valle Verzasca e procurar outro local onde pudéssemos ficar e ir ao rio. Visitaríamos a ponte só no dia seguinte, na esperança de haver menos gente.
Mais uma vez subimos até onde havia estrada e sabíamos que no final havia um parque de caravanas, mas o preço eram 20 francos e nós achámos que não justificava o local, visto que nem tinha um bom acesso ao rio.
Começámos a descer, com os olhos bem abertos na busca de um local onde pudéssemos estacionar e ficar lá para o dia seguinte. É então que encontrámos duas vans estacionadas num pequeno parque. Por sorte, o rapaz estava à porta de uma das vans e perguntámos-lhe se não havia problema de ficar ali, visto que o terreno dizia privado logo na entrada. Segundo ele já tinha passado a noite ali e não tinha tido problemas. Pareceu-nos um óptimo sítio para ficar e reparámos que tinha uma outra placa a dizer privado – 5francos e uma caixinha para deixar o dinheiro. Aquele sítio sim, merecia bem 5 francos e assim que estacionámos fomos logo pagar a nossa estadia.
Estávamos a fazer o almoço, quando apareceu o dono do terreno, que nos veio perguntar se íamos ficar muito tempo e há quanto tempo estávamos lá estacionados. Dissemos-lhe a verdade, tínhamos acabado de chegar, já tínhamos pago e tencionávamos ficar para o dia seguinte. Ao que ele nos responde, muito calmamente, que aquele era o terreno dele e o estacionamento era para os carros, mas que não havia problema nenhum em ficarmos ali. O senhor nem se quer foi ver se realmente tinha dinheiro na caixa, simplesmente deixou-nos ficar ali, a nós e a mais 4 vans que acabaram por ficar ali a passar a noite. Nós ficamos também mais descansados por sabermos que mesmo selvagens, estávamos a dormir com autorização do dono. É tão gratificante quando nos cruzamos com pessoas com bom coração e que compreendem a nossa situação.
Aproveitámos para descer um pouco até uma “praia” deserta, uma das muitas centenas que existem ao longo do rio. Tal como nas outras também tivemos de descer com as mãos e os pés no chão por entre rochas e vegetação, mas lá encontrámos um cantinho (nas pedras) onde estender as toalhas.
Mais umas braçadas na água e o tempo começa a mudar de novo.
Já saímos da praia a toque de chuva em direcção à van, mas ainda era cedo para pensar em jantar, então decidimos aproveitar o tempo para acabar umas bricolages na Vanilla que tinham ficado por acabar antes da viagem. Lá fora o tempo tinha piorado bastante, chuva intensa e uma trovoada que fazia estremecer tudo. Mas estávamos entretidos, o tempo foi passando e nem nos demos conta das horas.
Dia 8 – Vale encantado
Apesar da chuva intensa durante a madrugada, passamos uma ótima noite. E já de manhã, a chuva deu tréguas mas o céu sempre com muitas nuvens escuras e a temperatura já tinha baixado bastante. Não foi mau de todo porque já precisávamos de um ar mais fresco.
Na esperança de visitar a tal Ponte dei Salto, descemos uns 4km e milagrosamente encontramos um estacionamento onde coubesse a Vanilla. Metemos 2 francos no parquímetro e vimos que só dava para 1 hora. Rapidamente percebemos que não íamos ficar ali muito tempo, porque além de caro, a ponte estava novamente cheia de pessoas.
A famosa ponte, construída em 1860 e posteriormente reconstruída em 1960, não é nada mais que uma ponte de dois arcos feita em pedra que emoldura o rio. Além de uma ponte lindíssima, também aqui o rio ganha outro encanto. É de um verde esmeralda tão cristalino que parece pintado. É o local mais turístico do Valle de Verzasca e conhecida pelos saltos dos turistas que por ali passam.
A visita estava feita e o tempo não estava muito convidativo a banhos, então por volta das 15h pegámos na van e descemos em direcção a Ascona novamente. Parámos no estacionamento do supermercado (MIGROS) para fazer algumas compras e almoçar. Uns hambúrgueres vegan desta vez.
O tempo piorou, muita chuva e segundo a meteorologia iria ficar assim mais 2 dias, logo não fazia sentido ficar por ali. Além do mais já tínhamos passado por todos os pontos que tínhamos marcado para visitar, e por muitos mais que fomos descobrindo.
Na nossa rota tínhamos planeado fazer o regresso a casa por Furkapass mas anunciavam -2º graus e neve!! Tirámos logo daí a ideia e começámos o regresso a casa em direcção a Lucerna. Ainda ponderámos voltar pelo mesmo caminho que tínhamos vindo mas com chuva e a subir a montanha, não era uma boa ideia. Iríamos gastar mais em combustível e nem iria dar para aproveitar a vista, então viemos pela autoestada e fizemos o túnel de San Gottard – o maior túnel do nundo. Fizemos mais ou menos 3 horas de viagem até ao local onde estacionámos.
Já cansados da viagem e com uma trovoada que nos seguiu todo o caminho, precisávamos de parar para descansar e passar a noite. Chegámos por volta das 21h a um estacionamento da cidade de Bouchs no cantão de Nidwalden. Comemos qualquer coisa rápida e ficámos a ver a fotos e vídeos do dia até o sono tomar conta de nós.
Dia 9 – Aniversário de casamento
Acordámos bem cedo, porque também este estacionamento era pago a partir das 8 da manhã e queríamos aproveitar bem o dia. Afinal era o nosso 8º aniversário de casamento.
Descemos em direcção a um dos sítios que mais gostamos na Suíça – Interlaken, onde encontrámos um estacionamento junto ao lago Brienzersee.
Era impossível sair da van por causa da chuva, por isso tínhamos que nos entreter lá dentro. Fizemos um óptimo almoço na van e aproveitamos para fazer um photoshotting em família e aproveitar o momento.
Já no final do dia tivemos que sair do local porque era interdito pernoitar. Descemos até à cidade de Interlaken e acabámos por parar em Tune num parque de estacionamento para vans. Para nossa surpresa estacionámos ao lado de uma van de matriculas portuguesas. Mas já se fazia tarde, então acabámos por não sair da Vanilla, jantámos e revimos o percurso de regresso a casa e check list para o fim da viagem.
Dia 10 – O último
O último desta férias maravilhosas que tivemos nesta zona desconhecida para nós. Depois do pequeno almoço tomado, não quisemos deixar o local sem ficar a conhecer os donos da van vizinha. Então, antes de sairmos metemos conversa com o casal que se aprontava para seguir viagem também e ainda demos dois dedos de conversa. Um casal e duas filhas, muito simpáticos, com quem tivemos o prazer de partilhar histórias desta nossa viagem que por pouco não se cruzou com a deles mais cedo. Apesar de vivermos numa zona rodeada de portugueses, parece que sentimos um enorme orgulho quando encontramos viajantes vindos de Portugal para conhecer a “nossa terra”.
Era hora de partir, desta vez em direcção a casa. A chuva persistia, e para ainda chegarmos a casa com tempo, optámos por fazer o percurso pela autoestrada até à cidade mais próxima do abrigo da van.
A primeira paragem foi para descarregar as águas sujas, lavar os tanques e limpar a cassete da sanita. A segunda paragem foi dar uma limpeza (ainda que superficial) por dentro e por fora na Vanilla. E por último, mas não menos importante e que nos custou bastante, arrumar as tralhas todas e passá-las para o nosso carro.
Lá deixámos mais uma vez a nossa Vanilla, orgulhosos por nunca nos desapontar por mais difícil que fosse a estrada.
Somos ainda novatos neste tipo de artigos escritos mas queremos aperfeiçoar ao longo das próximas viagens. Sabemos que o artigo se alongou mais do que o que devia, no entanto achámos que só faria sentido se contássemos isto tudo.
Esperemos que te tenhamos deixado com vontade de viajar também pela zona italiana da Suíça.
E não te esqueças, Vanilla Connosco